Por Luana Evangelista

[email protected]

“Me chamo Edson Paulino da Costa, 54 anos, conhecido como Lino Costa, casado e pai de família. Comecei a empreender em outubro 2019 quando fiquei desempregado e passei por muitos problemas financeiros. Como eu já tinha trabalhado com reciclagem e em defesa do meio ambiente, surgiu a ideia de aprender a fazer vassouras ecológicas e outros produtos relacionados a ecologia. Na sequência sofri um infarto do miocárdio e tive que mudar toda a minha vida. Foi então que resolvi ampliar meus serviços com a reciclagem não somente com garrafas pet, mas também com madeiras e pneus, para produção de casinhas e caminhas para os pets. Atualmente essa é minha profissão e de onde tiro a renda familiar. Aqui está um pouco da minha história de quando comecei a empreender como MEI”, conta o microempreendedor Edson Paulino, morador do setor Aureny III.

Assim como Edson, que é um Micro Empreendedor Individual (MEI), no Brasil cerca de 70% dos Pequenos Negócios são Micro Empreendedores Individuais. Aqui no Tocantins e em Palmas, esse número representa aproximadamente 60%. “Em 2020 houve um crescimento de 25,3% dos Microempreendedores Individuais no Tocantins. Este crescimento manteve-se também em 2021 onde houve um crescimento de 26,2%. De janeiro a março de 2022 houve um crescimento de 7,0%. Quando analisamos os dados da capital Palmas, observamos que o crescimento foi maior que o do Estado. Em 2020 houve um crescimento de 28,3% de Microempreendedores Individuais; Em 2021 um crescimento de 27,8%; No primeiro trimestre de 2022 houve um crescimento na ordem de 8,0%”, expõe Amaggeldo Barbosa, gerente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Tocantins.

O Sebrae atribui esse aumento na abertura de empresas à redução da burocracia, proporcionada pela Lei de Liberdade Econômica, de 2019, pela integração das juntas comerciais e por melhorias no registro eletrônico simplificado de novas empresas.

DESAFIOS

O microempreendedor Edson Paulino relata que ainda passa por muitos problemas, porém, se diz satisfeito em ter seu próprio negócio. “Tenho trabalhado para melhorar minhas peças, consequentemente aumentar a renda, gerar empregos e por último e não menos importante, conscientizar as pessoas do cuidado com meio ambiente e a importância dos 5 ‘Rs’: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar”, comenta.

Esse ano o Sebrae completa 50 anos e vem trabalhando alcançar cenários ainda mais desafiadores e instigantes, para os próximos 50 anos; com isso, amplia suas ações que beneficiam micros e pequenos empresários no Tocantins. “Oferecemos consultorias, algumas dessas consultorias são gratuitas, normalmente para MEIs. Essas consultorias são na área financeira, marketing e gestão de pessoas”, explica Amaggeldo Barbosa.

PRODUÇÃO

Para a produção dessas vassouras ecológicas, Edson faz o recolhimento de garrafas pets pela cidade de Palmas/Tocantins, tira os rótulos e separa por tamanho e cores (cristal, verde e umas pretas); higieniza, se tiver alguma amassada põe ar e na água quente e tudo volta ao normal; espera secar; corta os fundos; higieniza e leva para filetar (cortar os fios); na sequência vai para o forno a 240 graus por 40 minutos; esfria, vai para guilhotina, leva para a prensa e apara. Depois coloca cabo e a vassoura está pronta para uso. “Eu me sinto realizado com esse projeto. Hoje esse trabalho é minha principal fonte de renda. Faço com muito amor”, afirma.

Com a pandemia, o microempreendedor busca alternativas para se manter no mercado

A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil em março de 2020, com isso, Costa precisou se reinventar para permanecer no mercado de trabalho. “As dificuldades foram aparecendo, o mercado se fechando e me vi em uma situação delicada. Mas nunca pensei em desistir. Foi aí que me veio a ideia de reinventar para conquistar, ainda mais, o mercado de trabalho. Além das vassouras ecológicas, comecei a fabricar caminhas para pets, feitas com a reutilização de pneus; hoje faço, também, tábuas de cortar carne, confeccionadas com tampinhas de garrafas pet, e até pingometro. Essas mudanças me ajudaram muito nessa pandemia, tanto financeiramente quanto psicologicamente”, explica.

Segundo o Sebrae Tocantins, ao mesmo tempo que a pandemia forçou muitas pessoas a irem para o empreendedorismo por necessidade, ela também estimulou a busca desse meio de vida por oportunidade. “O órgão avalia que a tendência de crescimento continuará nos próximos anos. Em 2020, o relatório Monitor do Empreendedorismo Global (Global Entrepreneurship Monitor, em inglês) estimou que 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendiam tinham planos de abrir o próprio negócio nos próximos três anos. Desse total, um terço teria a pandemia como principal motivação, mas dois terços têm tendência ‘natural’ para empreender”, explica Amaggeldo Barbosa, gerente do Sebrae Tocantins.

Consumidores aprovam o trabalho empreendedor aliado ao meio ambiente

Atualmente, o microempreendedor Edson Paulino da Costa, vende seus produtos para Palmas e região. Segundo ele, são produzidas cerca de quatro caminhas para pets por semana e uma média de 50 vassouras por mês. “A procura tem sido boa, mas a tendência é melhorar”, conta o microempreendedor.

Eli da Paixão Ribeiro Silva, 34 anos, mora no setor Industrial e é cliente fiel do senhor Lino Costa. “Sempre me preocupo com o meio ambiente e por isso, prezo por adquirir produtos ecologicamente corretos. Já comprei caminhas para meus pets e vassouras ecológicas. Parabéns por esse belo trabalho que vem desenvolvendo. Palmas agradece por esse projeto”, afirma a consumidora.

A jovem Andreza Souza, 27 anos, mora no loteamento Nova Flamboyant e fala da sua preocupação com o meio ambiente. “Adquiri caminha para meu pet e é um sucesso. Além de bonita, é confortável, resistente e, de tabela, cuidamos do nosso meio ambiente”.  

VALORES PRODUTOS

Vassouras doméstica: R$ 20,00

Vassouras gari: R$ 30,00

Caminhas pets: de R$ 50,00 a R$ 100,00

Pingometro: R$ 80,00