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11/03/2020

Defensoras Populares: Mulheres de Porto Nacional são capacitadas como agentes de transformação

Um total de 44 mulheres foram formadas no projeto da Defensoria Pública do Estado do Tocantins como lideranças femininas

Loise Maria

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) acaba de formar a sua 1ª turma do projeto “Defensoras Populares”. Ao todo, 44 mulheres concluíram o curso de formação de lideranças femininas aptas a promoverem o empoderamento de mulheres das comunidades nas quais elas estão inseridas. A solenidade de formatura aconteceu na última sexta-feira, 6, na cidade de Porto Nacional, a 63 de km de Palmas. 

Com o ginásio do Centro de Referência de Assistência Social União (Cras União) especialmente decorado com a cor da campanha “Em Defesa Delas” (lilás), as primeiras Defensoras Populares do Tocantins participaram da solenidade marcada por emoção, força e empoderamento, prestigiadas por defensores e defensoras públicas, familiares e amigos. A programação contou juramento das formandas, discursos, música ao vivo e ainda mostra de artesanato e comercialização de comidas típicas, realizada pela Associação dos Artesãos de Porto Nacional (Associara).

A mesa de honra da formatura foi formada pelo defensor público-geral, Fábio Monteiro, a corregedora-geral da DPE-TO, a defensora pública Irisneide Ferreira, a coordenadora do Núcleo Especializado de Proteção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), a defensora pública Franciana Di Fátima, a responsável pela 3ª Defensoria Cível e da Violência Doméstica de Porto Nacional, a defensora pública Denize Souza Leite, o presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Tocantins (Adpeto), o defensor público Guilherme Vilela, e o prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia, dentre outras autoridades.

Formandas

A formanda Domingas da Conceição Ferreira de Oliveira, oradora da turma, falou sobre a satisfação em concluir o curso. “Compartilhamos muito mais do que conhecimento, compartilhamos sonhos, tecemos o amanhã, costurados de muita esperança. Sabíamos da importância das aulas na promoção e defesa dos direitos da mulher. Hoje nos sentimos mulheres parideiras de um mundo melhor, porque dias melhores virão, seremos como lamparinas através da conscientização dos direitos, escuta e compreensão mútua”, declarou.

A formanda Luciana Barros Rosa lembrou que a mulher é marginalizada e exposta na sociedade, simplesmente, pelo fato de ser mulher. “Porém, hoje não aceitamos mais o título de sexo frágil, pois somos muito mais fortes que muitos homens, apesar de não ter tal reconhecimento em igualdade salarial e direitos. Esse curso foi muito gratificante e importante e através desse curso tomei a decisão até mesmo de mudar de profissão, pois eu havia optado pela carreira de Pedagogia por não ter condições financeiras melhoras, mas a partir do próximo semestre eu estarei cursando Direito e estou prontificada a me formar e atuar não para me defender, mas para ter um aparato da Justiça para defender outras pessoas e, principalmente, outras mulheres”, expressou.

O prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia, considerou que o projeto marca a efetiva construção de um espaço democrático de disseminação do conhecimento sobre os direitos das mulheres, para que elas possam, munidas dele, reconhecê-los e reivindicá-los. “São 44 mulheres que se dispuseram a ter a vontade de lutar pelos direitos das mulheres e nós nos sentimos orgulhosos de ter todas vocês em Porto Nacional, pois sabemos que vocês serão multiplicadoras dessa luta, determinação na defesa das mulheres”, disse.

Defensoria

A defensora pública Denize Souza Leite lembrou que a solenidade marca o dia que Defensoria concretiza a última etapa de um projeto pioneiro no Estado. “É o dia em que a cidade de Porto Nacional será agraciada com um grupo de mulheres, que agora unidas pela vontade comum de buscar uma vida sem violência para as portuenses, estão a postos para serem agentes de transformação social, inclusive para buscar políticas que as mulheres de Porto Nacional tanto necessitam”, defendeu Denize.

Emocionada, a defensora pública Franciana Di Fátima afirmou que trata-se da concretização de um sonho. “Esse sonho é fruto de uma gestação longa, de cinco mulheres defensoras que sonhavam em ter outras defensoras populares ao seu lado. Esse sonho desse quinteto virou um sonho institucional, do qual eu me orgulho muito e tenho a esperança de que esse projeto chegará a todos os rincões desse Estado”, almejou a defensora pública.

De acordo com a defensora pública Kênia Martins Pimenta, afirma que o sentimento é de muita emoção. “É um sonho realizado e é muito bonito ver o brilho nos olhos dessas mulheres na vontade de serem defensoras populares, agentes de serem transformadoras sociais, como mulheres apoiadoras de outras mulheres”, descreveu a defensora pública, supervisora do projeto.

O defensor público-geral no Tocantins, Fábio Monteiro dos Santos, parabenizou as mulheres formandas e a iniciativa quanto do Projeto: “O ‘Defensoras Populares’ é o resultado de um trabalho em conjunto, que marca a efetiva construção de um espaço democrático de conhecimento e de direitos. A expectativa é promover, além do empoderamento, a resiliência comunitária, bem como facilitar a interação e o surgimento de laços de solidariedade fraternidade às participantes. E que venham outras turmas de Defensoras Populares no Tocantins afora”, concluiu Fábio Monteiro.

Curso

As formandas receberam os certificados de capacitação após cumprirem dez módulos temáticos por meio de palestras, oficinas, rodas de conversas, mostra de filmes e outras mídias, exposições artísticas e apresentações culturais. Durante as aulas, as alunas abordaram quais são os direitos humanos e como aplicá-los (gênero, educação, racismo e moradia); violência contra a mulher; seguridade social (assistência social, previdência social e saúde); e noções de processo judicial e organização comunitária.

Projeto

O projeto teve como facilitadoras as defensoras públicas Vanda Sueli Machado, Denize Souza Leite, Franciana Di Fátima, Elydia Leda Barros Monteiro, Kênia Martins Pimenta, Isabella Faustino, a ativista indígena Sidi Xerente, as advogadas Karol Chaves e Emileny Lázaro, a juíza Hélvia Túlia e as professoras universitárias e a ativistas dos direitos da mulher Gleys Ially Ramos e Solange Nascimento.

O “Defensoras Populares” é resultado de um trabalho conjunto entre a 3ª Defensoria Pública Cível e Atendimento à Vítima de Violência Doméstica de Porto Nacional, o Núcleo Especializado de Defesa da Mulher (Nudem) e a Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep). Foram parceiros do “Defensoras Populares” a Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação (Comsaúde), a Associação dos Artesãos de Porto Nacional e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO).
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