Indígenas
01 Dec 2019
Durante o 19º Fórum De
Governadores Da Amazônia Legal realizado nesta quarta e quinta feira, 27 e 28
na cidade de São Luís – MA, foi elaborada a Carta de São Luís que apresenta as
propostas prioritárias no atual momento, considerando a proximidade de
realização da Conferência Das Partes Da Convenção Quadro Das Nações Unidas Para
Mudança Climática (COP-25) que acontece em dezembro entre os dias 02 e 13 em
Madri, Espanha.
Dentre as propostas
elencadas na Carta está o apoio dos governadores para a criação do Comitê
Regional Dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, no marco da Força
Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF). O Comitê terá a
finalidade de facilitar o diálogo entre os Povos Indígenas e Comunidades
Tradicionais com os estados da Amazônia Legal, visando a participação dessas
populações nos processos de consultas e na construção dos componentes indígenas
nas iniciativas por pagamentos por resultados, através de mecanismos relacionados
aos serviços ambientais.
A criação desse Comitê
vai beneficiar todos os envolvidos no processo. Segundo a representante do
Tocantins no Grupo de Trabalho de criação do Comitê Regional, Narúbia Silva
Werreria da etnia Iny (Karajá) “esse pacto
viabiliza autodeterminação e governança dessas populações e reconhece as
comunidades indígenas e comunidades tradicionais como sujeitos autodeterminados
e não sujeitos tutelados pelo estado”. Narúbia também destacou a importância
dessa parceria na elaboração dos projetos que virão. “A partir de agora nós
decidimos conjuntamente, não estamos passivos nos processos. Foi grande a nossa
luta para que isso acontecesse e não fôssemos considerados inaptos para
construir a nossa própria realidade ou para pensar de modo diferente no nosso
jeito de ser e estar”.
Ter os povos
tradicionais como parceiros podendo estabelecer conversas de apoio vai
facilitar o processo de ampliação das potencialidades e viabilizar a expansão
dos conhecimentos. O Tocantins possui 44 comunidades quilombolas e sete etnias
indígenas e essa pactuação tem uma amplitude que reflete não apenas nas
comunidades tradicionais, mas em todo o estado.
O titular da Secretaria
do Meio Ambiente Recursos Hídricos (Semarh), Renato Jayme enfatiza a relevância
dessa conquista. “Foi um passo importante para o reconhecimento desse trabalho.
A partir de agora os estados devem fortalecer e incentivar cada vez mais essa
parceria, compartilhando ideias e mantendo o diálogo”, pontuou.
O secretário também
destacou “que a intenção é construir junto com o estado as políticas
participativas, criando condições para melhorar e desenvolver as comunidades
tradicionais, respeitando principalmente a forma de gerir os recursos naturais,
as decisões e os territórios”.
A criação desse Comitê
vai possibilitar o desenvolvimento de projetos como o REDD+ e ecoturismo, além
de tantas outras possibilidades de projetos que vão trazer renda para as
populações tradicionais. A expansão dos potenciais e o melhor aproveitamento
das riquezas naturais do Tocantins vão proporcionar ganhos econômicos para o
estado e renda para essas populações, além de auxiliar no equilíbrio entre esse
desenvolvimento econômico e o meio ambiente.