Eleições 2018
14 Oct 2018
20:36
alterado em 14/10 às 20:36
Fernando Frazão/Agência Brasil
A duas semanas do segundo turno das eleições, o candidato do PSL à
Presidência da República, Jair Bolsonaro, vai decidir os rumos da
campanha ao Palácio do Planalto. Ele aguarda, na quinta -feira (18), uma
nova avaliação da junta médica do Hospital Albert Einstein. Ao que tudo
indica receberá alta.
Mesmo com uma liberação médica, o candidato já avisou que pretende
participar, de no máximo, dois debates na televisão. E não descarta, por
estratégia, não participar de nenhum.
Viagens ao Nordeste, única região do país onde não liderou a votação
do primeiro turno, ainda não estão fechadas. O presidente do PSL,
Gustavo Bebbiano, disse à Agência Brasil que, embora Bolsonaro queira viajar, todos os detalhes são minuciosamente analisados.
Combate à violência
“Existe a questão de segurança. Há informes de que o alerta é
vermelho, em relação à segurança dele, daqui até o dia das eleições.
Então, temos de cuidar tanto da integridade física dele quanto da saúde,
que ainda se recupera”, acrescentou Bebbiano. Bolsonaro foi esfaqueado
no dia 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, em
Minas Gerais.
Na primeira semana pós-primeiro turno, a portaria do Condomínio
Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, assistiu a um vai-e-vem de
políticos e correligionários. Bolsonaro saiu de casa poucas vezes, a
maioria com destino à casa do empresário Paulo Marinho, integrante do
núcleo de campanha, para gravar programas eleitorais. Na primeira saída,
na quinta -feira (11), concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa
após encontro com os deputados eleitos do PSL.
Ao falar sobre combate à violência
gerada por divergências políticas, o candidato disse, na primeira vez,
que não tinha como controlar as pessoas. “Esta pergunta não deveria ser
invertida? Quem levou a facada foi eu. Um cara lá, que tem uma camisa
minha, comete um excesso, o que eu tenho a ver com isso? Eu lamento.
Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre
milhões de pessoas que me apoiam. Agora, a violência vem do outro lado, e
eu sou uma prova viva disso”, afirmou o candidato.
Ministérios
Depois, adotou o tom de união pelo país. “Vamos unir o Brasil.
Brancos e negros, homos e héteros, pais e filhos, nordestinos e
sulistas, homens e mulheres, vamos unir o nosso Brasil e pacificá-lo”,
disse durante a coletiva de imprensa.
O confinamento obrigatório desde o ataque à faca não impediu que o
candidato fizesse campanha. Com uma campanha pautada nas redes sociais,
postou vídeos e entrevistas com críticas contundentes ao adversário, que
foram compartilhados por milhares .
Foi através delas que anunciou que, caso eleito, seu governo terá 15
ministérios, que reduzirá impostos para as pessoas de menor renda, que o
programa Bolsa Família terá décimo terceiro salário. E que Paulo
Guedes, consultor econômico da campanha, o general da reserva do
Exército Augusto Heleno, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o
astronauta Marcos Pontes farão parte de seu ministério nas pastas da
Economia, Defesa, Casa Civil e Ciência e Tecnologia respectivamente.
Adiantou que fará uma reforma administrativa para cortar "gastos desnecessários" e afirmou que seu plano de privatizações vai
agradar o mercado. As primeiras estatais que serão alvo foram as
criadas pelos governos do PT. Bolsonaro também disse que irá trabalhar
para que não haja mais progressão de pena e saídas temporárias de
presos, os chamados saidões.
Visitas
No primeiro programa eleitoral do segundo turno no rádio e na
televisão, nesta sexta-feira (12), o candidato fez críticas ao
comunismo, ao seu opositor Fernando Haddad (PT) e ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, além de mostrar a família, a esposa Michelle, os
quatro filhos homens e a filha caçula, Laura.
“O vermelho é um sinal de alerta para o que não queremos no país. A
nossa bandeira é verde e amarela e nosso partido é o Brasil”, diz a propaganda do candidato.
Na sexta-feira, recebeu, em sua casa da Barra da Tijuca, as visitas
da atriz Regina Duarte e do deputado federal eleito por São Paulo Luiz
Philippe de Orleans e Bragança, que chegou a ser cotado para vice na
chapa. Fotos e imagens do encontro foram postadas nas redes sociais de
Bolsonaro. Apesar de considerar João Doria, candidato ao governo de São
Paulo pelo PSDB, opositor ao PT, não recebeu o tucano. - Agencia Brasil