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05/04/2020

Projeto Sextou na Sacada: inovação e solidariedade em condomínio de Palmas

Bares e casas noturnas fechadas, festas, comemorações e encontros cancelados, shows proibidos, distâncias e recolhimento são inevitáveis. O caos vira ingrediente para traçar planos, reinventar um (re)começo

Texto e Fotos: Cejane Borges

Há pouco mais de um mês, o mundo literalmente desmoronou e obrigou as pessoas a adotarem mudanças nas relações pessoais e profissionais, a modificarem comportamentos enraizados, a olharem a vida por outra ótica.
A chegada de um vírus impôs ao ser humano um trato especial com o individual e um cuidado com o coletivo. Nunca, olhar para si e se resguardar, significou o tanto que se pensa nos outros também.

Redescobrir
E, nesse cenário em que a pandemia é o foco das histórias, redescobre-se que existem formas de exercer a solidariedade e de contribuir com a comunidade aonde se vive.

O sentido de pertencer é aguçado e percebe-se que a união, mesmo que sem agrupamento físico, é a força que vai despertar as crenças pessoais, alimentar a esperança, promover o otimismo, acalentar a alma, redescobrir a fé.

Redesenhar
Algumas profissões são indispensáveis para manter o ciclo da vida e àqueles que as exercem – e que merecem todas as honras neste momento –  não podem parar.

Outros labores podem não ser aparentemente tão vitais, mas são trabalhos que fazem um bem danado ao ser humano: abraçam a alma, alimentam o espírito, aconchegam o coração. Assim é a arte. Certa vez, disse Beethoven: “A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia”.

De algumas lições que o caos ensina, para quem atua na cultura, redesenhar o presente e o futuro é seguir avante com a coragem de quem tem a arte como profissão e que dela faz o seu sustento.

(Re)começar
Bares e casas noturnas fechadas, festas, comemorações e encontros cancelados, shows proibidos, distâncias e recolhimento são inevitáveis. O caos vira ingrediente para traçar planos, reinventar um (re)começo e um caminho para manter a dignidade e, se possível, as contas em dia.

Na cultura indiana, Shiva – que para eles têm um significado especial, é tido como Deus da Destruição. Destrói para reconstruir. Assim, é o (re)começo – destrói-se paradigmas, rompe-se a barreira de que há lugares exclusivos para a arte – a música – e abre-se para o novo – tocar na sacada, cantar com os vizinhos, interagir sem toque, ajudar sem esperar nada de volta, ser solidário porque simplesmente se sentiu tocado.

Quantas vezes já cantamos aleatoriamente os versos da banda Jota Quest: “vivemos esperando o dia em que seremos melhores, melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo", e, de repente, a vida vem e nos convida a fazer da rima e da poesia um nova realidade.

Com certeza, todos sairão diferentes dessa pandemia.
E, se não for pra pedir muito – que seja pra melhor!!!

Projeto Sextou na Sacada – Arte e Solidariedade
Com o clamor dos órgãos governamentais e da imprensa pelos pedidos para que as pessoas fiquem em casa, os moradores do condomínio Mirante Du Park tiveram a iniciativa de fazer um momento de oração e louvor. Diariamente, cada um na sua sacada, se reuniram – com distanciamento social - às 20 horas,  para o momento de fé conjunta e de interação.

Comemoram, também, aniversários cantando os parabéns para moradores que tiveram suas festas interrompidas pela pandemia do Covid-19.
Todas as noites, o coro é puxado pelo cantor Diego Castelo, morador do condomínio, que empresta sua voz e seus instrumentos musicais para os encontros na sacada.

Como ele é cantor profissional, tem o seu sustento pela música e está impedido de trabalhar, foi criado o Projeto Sextou na Sacada – Arte e Solidariedade, com um show musical. Diego se apresentou na quadra poliesportiva do condomínio e cantou por mais de duas horas para os moradores do Mirante Du Park, nesta sexta, dia 03 de abril.

Durante o show, que também foi transmitido via Instagram oficial do condomínio, foi informado as formas financeiras de contribuição para que os moradores e simpatizantes do projeto pudessem ajudar o artista a honrar seus compromissos com dignidade.

Em tempos de quarentena, os vizinhos estão se ajudando e aproveitando o excelente repertório do Diego. Provavelmente, se as orientações oficiais forem de manter o distanciamento social, poderão haver outras edições do Sextou na Sacada – Arte e Solidariedade. (Cejane Borges – Assessora de Comunicação do Condomínio Mirante Du Park).

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