Os tocantinenses têm sentido nos últimos dias, desde o afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), momentos de tensão e instabilidade política e administrativa. O Diário Oficial do Estado, a cada edição, vem recheada de exonerações e contratações.
Em meio a esses funcionários dispensados, existe uma grande leva de profissionais extremamente técnicos que, ao desempenhar suas funções com eficiência, acabaram atravessando governos sem que tenham sido alcançados por questões politico-partidárias.
No atual contexto, em que o afastamento do governador Wanderlei Barbosa foi novamente chancelado pelo ministro Luís Roberto Barroso, que negou o habeas corpus que possibilitaria o seu retorno ao cargo, esse clima de tensão tende a aumentar. A chamada “caça às bruxas” tomou proporções que atingem até mesmo antigos funcionários concursados que exercem cargo comissionado por competência.
O clima inquisitorial se instalou no governo interino de tal forma que alguns funcionários do quadro efetivo me relataram “em off” que as Secretarias estão praticamente paralisadas aguardando a publicação de cada edição do Diário Oficial.
Em meio a todo esse clima de tensão, é salutar perguntar se o governador em exercício, Laurez Moreira, no auge de sua ilibada carreira política, tendo exercido diversos cargos na vida pública, e como gestor de uma das maiores cidades do Tocantins, Gurupi, sabe ou está permitindo que isso ocorra em sua gestão à frente do Palácio Araguaia? Seria esse clima de perseguição tocado por “algozes” de plantão tentando mostrar serviço? Talvez a resposta possa ser dada nas atitudes do governo de agora em diante.
Diante desse clima de indefinição, de um lado temos um governador afirmando que vai voltar a qualquer momento. Do outro, um governador que trabalha confiante na sua permanência no cargo. Em meio aos dois governadores, uma população inteira, que inclui servidores que dependem do salário para manter suas famílias, pessoas carentes que necessitam de assistência médica e alimentar, empresários e investidores que dependem de estabilidade administrativa para manterem suas empresas e, dessa forma, ficam à mercê da sorte.
Pela experiencia que tenho acompanhando em quase três décadas a ascensão e declínio de lideranças políticas nesse rincão tocantinense, falo categoricamente que se faz necessário aos dois governadores, Wanderlei e Laurez, terem a sensibilidade e ponderar seus discursos e ações tendo em vista a governabilidade e equilíbrio necessário para assegurar o bem mais valioso em uma gestão, o povo.
O governador Wanderlei Barbosa tem pela frente o desafio de provar sua inocência e alicerçar uma possível ida para o Senado ou Câmara Federal. Mesmo com o desgaste do seu afastamento, o republicano capitaneou nos últimos anos o carinho e respeito dos tocantinenses. Transformar esse capital político em votos vai depender de como vai trilhar seu caminho nos próximos dias.
Já o governador Laurez Moreira tem uma em meio a duas opções a seguir. Uma seria governar com os olhos voltados para o presente e futuro, mostrando para o Brasil e o mundo as potencialidades e riquezas naturais do Tocantins, fazendo com que a economia gire no rumo do desenvolvimento. A outra opção seria governar olhando no retrovisor, dando continuidade à “caça às bruxas”, alimentando o clima de instabilidade administrativa e econômica. A primeira opção lhe daria o cartão verde para sua possível reeleição. A segunda lhe daria uma passagem rápida, transitória e sem glórias, igual aos seus antecessores Carlos Gaguim e Sandoval Cardoso.
Caso Laurez opte por olhar o presente e futuro, é preciso assegurar aos milhares de servidores espalhados pelo Tocantins a certeza de que chegarão em casa no final do expediente certos de que seus nomes não estarão cravados no Diário Oficial do dia seguinte.
Se houver fantasmas entre esses servidores, que os mesmos sejam exonerados. O corpo técnico que assegura o bom funcionamento da máquina administrativa dos serviços prestados pelo Estado precisa ser preservado, pelo bom funcionamento da máquina administrativa e excelência nos serviços prestados.
Até que tudo se resolva em definitivo, que o governador Laurez Moreira tenha a sabedoria de governar sem mágoas e ressentimentos, mostrando para o povo que sabe governar, conquistando a credibilidade e confiança dos milhares de tocantinenses espalhados pelos quatro cantos desse gigante Tocantins.
Que o governador Wanderlei Barbosa tenha a serenidade de buscar seus direitos sem criar animosidade política, provocando, com isso, instabilidade na gestão atual. Com o amadurecimento que conquistou durante toda a sua carreira pública, certamente decidirá com sabedoria o que é melhor para o Estado que governou.
Em um Tocantins com dois REIS e uma única COROA, é importante que cada um dos REIS saiba que o TRONO que um ou outro ora ocupa deve servir somente para um único propósito: o POVO.
Onde o SOL doura o CAPIM e vira OURO… pela boa governança… pela justa governança… pelo TOCANTINS, que é GIGANTE e maior que TODOS…
Gomes – O Girassol – 25 anos.