Ultrapassando dois meses de governo, a gestão Laurez Moreira busca sua marca. Quando falo de marca, não é o logotipo criado pela Secretaria da Comunicação do Tocantins (SECOM), que explorou a representação do sol que irradia as belezas naturais do Tocantins e de sua gente. A marca que os tocantinenses esperam do governador em exercício, Laurez Moreira, é a de mostrar a austeridade que o cargo deve ter na solução de problemas que afetam diretamente os mais necessitados, entre os principais saúde, educação e moradia.
Os 180 dias assegurados pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), até que saia outra decisão em contrário, são suficientes para convencer o tocantinense de que sua gestão é apta para comandar os destinos de um Tocantins assolado por denúncias de corrupção e instabilidade política. Para que esse convencimento seja viável e favorável a Laurez, é hora de mostrar ao povo soluções práticas, ao invés de perder tempo e energia mostrando os erros da gestão do governador afastado, Wanderlei Barbosa.
Demissões em massa na pasta da Educação, Decreto Emergencial na pasta da Saúde e “caça às bruxas” nas Secretarias, tema por mim abordado em editorial anterior, só criam um clima de instabilidade econômica e administrativa que joga o Tocantins em um abismo de incertezas. Quando falo de “caça às bruxas” me refiro ao clima de fofocas e perseguições que tomaram conta e estão contaminando quase todos os secretários e pastas do seu Governo, inclusive dentro do próprio Palácio.
Detentor de um currículo invejável por ter feito uma gestão progressista em uma das maiores cidades do Tocantins, Gurupi, agora no exercício do mandato que conduz o destino do estado, Laurez Moreira precisa e deve deixar de olhar no retrovisor e seguir em frente, com os olhos voltados para o futuro. Esse é o momento de mostrar para todos os tocantinenses que a tão criticada e falada “PEC do Laurez” imposta pelo governador afastado, Wanderlei Barbosa, para que ele não ocupasse o cargo em sua ausência, era desproporcional, injusta e desnecessária.
O governo Laurez Moreira tem a seu favor o histórico de todos os governos que ocuparam a cadeira que hoje ocupa. E numa retrospectiva rápida desse jornalista que não usa IA para escrever, afirmo categoricamente que quase todos eles sucumbiram seus mandatos em fofocas e achismos que provocaram rupturas politicas desnecessárias e que só atrapalharam o desenvolvimento do estado.
Em minha memória, na maior ruptura delas nem mesmo o Palácio Araguaia foi poupado. Num ato insano e desproporcional contra a arte e o patrimônio histórico, o governador Marcelo Miranda, em afronta ao ex-governador Siqueira Campos, depois do rompimento político, mutilou os frontais de entrada do Palácio Araguaia com a retirada, a fogo e serra, dos belos e insubstituíveis Frontispícios, obra do artista plástico Mauricio Bentes, que representava o sol e o girassol, símbolos do Tocantins. A ira contra um dos monumentos mais belos e representativos da Praça dos Girassóis foi tão violenta que nem mesmo o ex-governador Siqueira Campos em sua volta ao poder conseguiu recuperá-los.

Em um momento político delicado por qual passa o Tocantins, com um governador afastado, aguardando julgamento de recursos, e outro no exercício da função, conduzindo os destinos do estado, se faz necessário que o detentor da caneta em mãos governe com serenidade, deixando de lado mágoas e ressentimentos pelo bem maior, o povo.
É necessário buscar o equilíbrio das contas e a prestação dos serviços básicos para a população, sem expor de forma exagerada as possíveis fragilidades encontradas pela gestão afastada. O clima de caos só irá afastar investidores e criar instabilidade econômica em todos os setores da economia.
O governador Laurez Moreira, no exercício do cargo, tem a seu favor um curto espaço de tempo para mostrar para os tocantinenses que tem habilidade política e administrativa para conduzir os destinos do Tocantins, expondo para o Brasil e o mundo não um Tocantins caótico, e sim um gigante no agronegócio, com potencial turístico e econômico acima dos outros estados da federação.
Filho da professora Laurinda da Rocha Moreira e educado na poética literária, Laurez Moreira deve e precisa rever suas ações tomadas na pasta da Educação. Na Pasta da Saúde, é preciso resolver para “ontem” as demandas, por que a vida não pode esperar por reuniões e burocracias.
Na Comunicação, um dos pilares fundamentais para a democracia, é preciso entender que o trabalho da imprensa é o único elo forte que conecta o governo aos verdadeiros anseios do povo. As críticas e a cobertura jornalística em um Estado Democrático de Direito devem ser vistas não como ameaças ao governo, a ponto de retaliações e censura de ordem econômica, e sim como suporte para ajudar a enxergar onde a vista do governo não alcança.
Trago a luz palavras do imortal Rui Barbosa: “A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que ameaça”.
Que o governador Laurez Moreira, no exercício de governar, tenha os olhos direcionados para o futuro. Que as fofocas e intrigas, que no passado mutilaram o Palácio Araguaia, sejam extirpadas do seu gabinete. Que o Tocantins seja mostrado para os tocantinenses e para o mundo com o tamanho que possui, com potencial turístico e econômico para atrair investidores.
Que o governador afastado, Wanderlei Barbosa, aguarde o julgamento dos seus recursos pela Justiça com serenidade e respeito ao povo que o elegeu.
Que o Tocantins, único lugar no mundo onde o Sol faz o Capim virar Ouro, seja mostrado na grandiosidade das suas riquezas naturais e na força do seu aguerrido povo.
Que o governador Laurez Moreira governe usando a régua da sabedoria, para o povo e tão somente para o povo…
Gomes – O Girassol – 25 anos.